domingo, 7 de dezembro de 2014

“O cheiro da chuva acalma.


O cheiro da chuva acalma, declina o peito e aprofunda o teu perfume na minha pele. Cortinas ensolaradas. O acordar das nuvens, tuas mãos pesadas, intocáveis. Me salvo, te salvo meu poeta, recito Camões que grita a dor que desatina sem doer. Debruço em teus versos, aprofundo no cansaço da saudade de te ter, amar e morrer. Vestigo o impossível, dedilho o inquebrável maldito do desejo sem você. Quisera a flor teu espinho, quisera a dor o amor, quisera eu ter você. O mapa mundi impõe a distancia, nossa poesia declara a guerra. Sou parte do inatingível, o andar solitário entre nós, sou pura imaginação. Você é meu alívio, meu precipício, as asas do meu coração invisível.
— Elisa Bartlett.

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